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Mem de Sá


Terceiro governador geral do Brasil.

Este poema do padre José de Anchieta retrata, com admiração e respeito, o momento da chegada de Mem de Sá à Bahia:

"Eis que, liberta dos perigos do mar e de há muito esperada, / uma esquadra fundeia na baía a que todos os Santos / legaram o nome. Trazia, salvo das faces do oceano, / um singular herói, de extraordinária coragem, / Mem, que do sangue de nobres antepassados / e de seiva ilustre de longa ascendência / herdara o sobrenome de Sá. Superiores aos anos, / ornam-lhe o rosto barbas brancas e majestosas: / alegres as feições, sombreadas de senil gravidade, / vivos os olhos, másculo o arcabouço do corpo, / frescas ainda, como de moço, as forças de adulto. / Muito mais excelente é a alma: pois lha poliram / vasta ciência, com a experiência longa do mundo, / e a arte da palavra bela."

Irmão do poeta Sá de Miranda, Mem de Sá descendia de nobres. Estudou direito na Universidade de Salamanca, graduando-se em 1528. Depois disso, exerceu o cargo de juiz em várias comarcas portuguesas.

Foi designado pela rainha dona Catarina o terceiro governador-geral do Brasil e, em janeiro de 1558. assumiu o governo. Encontrou, ao chegar, uma situação política difícil, com a irrupção de vários levantes indígenas. Guerreou com os índios em Ilhéus e em Porto Seguro.

Auxiliado pelos padres jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, conseguiu vencer a guerra contra os tamoios na capitania de São Vicente.

Embora tenha lutado também contra a fome e um surto de varíola que atingiu a Bahia, Mem de Sá realizou um governo de relativa paz e prosperidade.

Entre seus feitos mais notáveis está a expulsão dos franceses do Brasil, que tentavam se estabelecer em vários pontos do litoral. Em 1560, Mem de Sá organizou uma expedição à baía da Guanabara. Com pouquíssimos recursos, reuniu 120 portugueses e 1.140 índios e atacou o forte de Coligny, defendido por soldados franceses e mais de mil índios tamoios. Venceu a batalha e expulsou os franceses da região onde hoje fica o Rio de Janeiro.

A Coroa enviou a expedição de Estácio de Sá para reforçar a segurança na baía da Guanabara em 1563. Mem de Sá organizou a administração da cidade que ali se edificava e passou a prefeitura para seu sobrinho Salvador Correia de Sá, voltando, em seguida, à Bahia.

Em 1572, Mem de Sá dispôs-se a deixar o governo-geral e voltar para Portugal, com a chegada de seu substituto. No entanto, faleceu repentinamente. Seu corpo foi enterrado no cruzeiro da igreja dos jesuítas na Bahia.

Como referenciar: "Mem de Sá" em Só História. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2024. Consultado em 10/10/2024 às 18:20. Disponível na Internet em http://www.sohistoria.com.br/biografias/memdesa/