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O feudo

A palavra feudo é de origem germânica e seu significado está associado ao direito que alguém  possui sobre um bem, geralmente sobre a terra.

O feudo era a unidade de produção do mundo medieval e onde acontecia a maior parte das relações sociais. O senhor do feudo possuía, além da terra, riquezas em espécie e tinha direito de cobrar impostos e taxas em seu território.

O feudo era cedido por um poderoso senhor a um nobre em troca de obrigações e serviços. Quem concedia a terra era o suserano e quem a recebia era o vassalo. O vassalo, por sua vez, podia ceder parte das terras recebidas a outro nobre, passando a ser, ao mesmo tempo, vassalo do primeiro senhor e suserano do segundo.

O vassalo, ao receber a terra, jurava fidelidade a seu senhor. Esse juramento era uma espécie de ritual que envolvia honra e poder: o vassalo se ajoelhava diante do suserano, colocava sua mão na dele e prometia ser-lhe leal e servi-lo na guerra.


Representação de um suserano e seu vassalo.

Os suseranos  e os vassalos estavam ligados por diversas obrigações: o vassalo devia serviço militar a seu suserano, e este proteção a seu vassalo. Pode-se dizer que não havia quem não fosse vassalo de outro.

Na sociedade medieval, o rei não cumpria a função de chefe de Estado. Apesar de seu papel simbólico, ele tinha poderes apenas em seu próprio feudo. Sua vantagem era não dever obrigações de vassalo, dentro de seu reino, a outro senhor.

A organização do feudo

A organização dos feudos baseou-se em duas tradições: uma de origem germânica, o comitatus, e a outra de origem romana, o colonato. Pelo comitatus , os senhores da terra, unidos pelos laços de vassalagem, comprometiam-se a ser fiéis e a honrar uns aos outros. No colonato, o proprietário de terras dava proteção e trabalho aos colonos que, em troca, entregavam ao senhor parte de sua produção.

Não é possível avaliar o tamanho dos feudos, mas estima-se que os menores tinham pelo menos 120 ou 150 hectares. Cada feudo compreendia uma ou mais aldeias, as terras cultivadas pelos camponeses, as florestas e as pastagens comuns, a terra pertencente à igreja paroquial e a casa senhorial, que ficava na melhor terra cultivável.

Pastos, prados e bosques eram usados em comum. A terra arável era divida em duas partes. Uma, em geral a terça parte do todo, pertencia ao senhor; a outra ficava em poder dos camponeses.

Nos feudos plantavam-se principalmente cereais (cevada, trigo, centeio e aveia). Cultivavam-se também favas, ervilhas e uvas.

Os instrumentos mais comuns usados no cultivo eram a charrua ou o arado, a enxada, a pá, a foice, a grade e o podão. Nos campos criavam-se carneiros que forneciam a lã; bovinos, que forneciam leite e eram utilizados para puxar carroças e arados; e cavalos, que eram utilizados na guerra e transporte.

A economia feudal

A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura.

  

Como referenciar: "O feudo" em Só História. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2024. Consultado em 19/04/2024 às 01:14. Disponível na Internet em http://www.sohistoria.com.br/ef2/medieval/p1.php